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Ercoara Vinhos lança novas safras e varietais no Somm's


Rodrigo Sucena, da Ercoara, com Beatriz Campos e Frederico Castro, do Somm's Wine Bar
Rodrigo Sucena, da Ercoara, com Beatriz Campos e Frederico Castro, do Somm's Wine Bar

Por Rita Brandão


Aberto há pouco tempo, o Somm’s Wine Bar, na 412 Sul, chega ao concorrido mercado de bares de vinhos de Brasília valorizando a viticultura local. Lá foi palco da estreia de novos rótulos da vinícola Ercoara, em jantar harmonizado para convidados, realizado na noite de quarta (26). A casa oferece mais de 400 rótulos de vinhos de diversas partes do mundo, cuidadosamente selecionados. O espaço é comandado pelos sommeliers Beatriz Campos e Frederico Castro.


Localizada em Campos Lindos – GO, a Ercoara é um projeto familiar dedicado à criação de ovinos, à produção de queijos de ovelha e à viticultura, com as primeiras garrafas envasadas em 2018. Os sócios e familiares envolvidos no projeto incluem Erbert Correia de Araújo (Bebeto), sua mãe, Marcleide Araújo; a esposa, Mariana Melendez; Rodrigo Sucena e a esposa, Renata Melendez Sucena (sim, Rodrigo e Bebeto são cunhados). O primeiro é especialista em vinhos e o segundo em criação de cordeiros, vocação original da fazenda, hoje integrante do projeto Vinícola Brasília.


A noite foi de estreia, de fato. Sucena, sommelier e sócio da vinícola, apresentou, em primeira mão, três rótulos ainda não disponíveis no mercado: o branco Canindé Viognier  2024, o tinto Cabernet Franc  2023 e a nova safra do “gran vin” da Ercoara, o Maná Syrah 2021.


Não adianta, o Maná continua o queridinho da coleção, um dos grandes destaque do Brazil Wine Challenge, Medalha Gan Ouro. Sua expressão vai além dos taninos, da doçura, do longo tempo de barricas e da untuosidade. Ele conta uma história de resiliência.


“Quando a gente foi escolher o nome do vinho, que é um vinho que dá mais trabalho, colheita mais tardia, o vinho com mais tempo na vinícola, com mais tempo na barrica de carvalho... então veio o nome Maná”, lembra Rodrigo Sucena.


“Maná foi o alimento que Deus mandou para o povo (de Israel, à deriva no deserto) para que eles pudessem colher, compartilhar e não guardar, porque o amanhã pertencia e pertence até hoje a Deus”, reflete o sommelier e viticultor.


Os vinhos brasileiros quebraram diversos paradigmas ao longo das décadas. Em Brasília, vinícolas como a Ercoara recorreram ao uso da técnica da dupla poda. Ela consiste em inverter o ciclo natural da videira, fazendo com que as videiras sejam podadas duas vezes por ano, no verão e no outono. Sendo assim, a maturação ocorre no inverno, quando o clima é frio e seco, com dias bastantes claros. Essa técnica, advinda do Sul de Minas, permite uma colheita estratégica, resultando na produção de vinhos finos de qualidade.


No chamado terroir Planalto Central, que tem condições geográficas e climáticas propícias para o cultivo de uvas. Solos bem drenados e de baixa umidade ajudam a manter a saúde das videiras elaborando vinhos com boa acidez e aromas marcantes.


Este é o momento de aproveitar oportunidades como essa, para enaltecer nossa cultura e mostrar que Brasília possui rotas de enoturismo maravilhosas, com mais de 10 vinícolas, no DF e Entorno.


E, claro, minha experiência foi algo marcante: uma explosão de emoções misturadas com vinhos harmonizados com uma gastronomia apetitosa. A noite começou com os vinhos brancos, a nova safra do Sauvignon Blanc 2024 e o inédito Canindé Viognier 2024. Em seguida vieram os tintos Aprisco Syrah 2023, Aprisco Carbenet Franc 2023 (outro varietal estreante), Tapiocanga 2023 e Maná 2021.


O primeiro, delicioso e harmonizou muito bem com a bruschetta. Toda as combinações foram da escolha da sommelier Beatriz, ótimo vinho para dias quentes, aliás, super combina com praia.


Os vinhos da vinícola Ercoara carregam sensações que só uma garrafa do Canindé Viognier, por exemplo, seria pouca (esse foi o meu favorito da noite). Brincadeiras à parte, esse vinho refrescante, apesar de seco é super acessível ao paladar. Possui aromas de frutas e um diferencial é aquele gostinho de mel no final, experiência sensorial maravilhosa.


Esse vinho é tão exclusivo que nessa fase de pré-lançamento foram produzidas apenas 987 garrafas.  Ele foi servido acompanhado de mini pasteis de camarão e as bruschettas.


Dos tintos vou destacar somente o Tapiocanga, um dos primeiros rótulos elaborados pela vinícola. O rótulo leva esse nome por sua característica terrosa, até porque “tapiocanga” é uma pedra típica do Cerrado, que caracteriza o terroir. Presente praticamente em toda arquitetura da fazenda, essa pedra traz para os vinhos o terroso, ferroso e mineral, com um corpo volumoso e boa presença. Foi servido com um carpaccio – primeira vez que comi esse trem chique.


 
 
 

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